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Querido novo amor,

Se pudesse te fazer um pedido, seria para que você venha por querer e não por pressão. Que traga toda a calmaria e paz para o meu coração. Que sejamos feito Yin e Yang. Desejo que você venha por livre e espontânea vontade, livre para escolher o que queira fazer e que a sua vontade seja de estar junto a mim. 
Que você venha me ensinar muitas coisas, mas espero também que aprenda muitas outras comigo. Que seja o meu segurança particular, daqueles que não portam armas, mas sim braços firmes e carinhosos para me abraçar quando eu mais me achar pequena nesse mundo tão grande. 
Que, juntos, ouçamos Los hermanos, Cassia Eller, Cazuza, Nando Reis e Renato Russo no frio,  grudadinhos e deitados. Mas também, dancemos um sertanejo ao som do Jorge e Mateus ou tomemos uma cerveja bem gelada - vai com calma que eu sou fraca - ouvindo um bom pagode. 
Que troque a balada pelo happy hour e seja admirador das coisas mais simples. 
Amor, você terá que gostar de literatura. Até porque eu lhe deixarei alguns textinhos quando a saudade apertar. Que você venha, mas venha de alma limpa e coração aberto. Que seja luz quando houver escuridão e que seja escuridão quando houver lua e nós dois estivermos juntos. 
Que me faça entender o porquê de não ter dado certo com outra pessoa antes e que me faça agradecer por ter trilhado o meu caminho. Que caminhemos sempre lado a lado, nunca dando brecha para outra pessoa caminhar em paralelo a nós. 
Que nossa trilha seja sempre fortalecedora e que catemos todas as flores que encontrarmos no caminhar. Que usemos essa flora no dia do nosso casamento usando como buquê. Vem, com firmeza, calma e sem medo.
Eu estou aqui. 
Esperando por ti

''O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.'

Navegando pela internet, me deparei com essa foto. Cliquei em seguida, sem nem pensar. E lendo a matéria, entendi como o amor pode surpreender e transformar. Perda em ganho, dor em alegria, pranto em solidariedade.
Esse menino, tão pequeno e tão sábio, agiu seguindo sem coração. Mesmo perdendo sua mãe, ele abdicou de sua dor para pensar no bem de seu irmãozinho. Sem julgar o outro como culpado pela partida de sua mãe, só o amor o guiou na proteção do bebê.
A atitude dele me fez entender o que é ser irmão, o que é lutar pela família. Se todos entendessem e agissem dessa forma, o mundo seria um lugar mais bonito e agradável de se viver.

http://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2015/10/irmao-mais-velho-faz-metodo-canguru-em-recem-nascido-depois-de-ambos-perderem-mae.html

Ladrão de coração

Diálogos mil. Olhares sem fim. Troca de mensagens. Celular caindo no rosto de forma acidental. Risos contidos ou escancarados. Borboletas no estômago. Coração acelerado. Saudade de alguém. Que imaginamos saber quem. Sonhos de amor. Levados em palavras especialmente escolhidas. Temas musicais. Ah, como isso me lembra você. Nós. Querendo atar um laço. Tão lindo. Radiante. Encontros. Sorrisos abertos, demonstrando encantamento. Mãos que se procuram. Suadas. Desejosas. De carinho. Conforto. Amor. Laço criado. Coração roubado. Rendidos. Perdidos. Entregues. Felizes. Por ora. Mais encontros, melhores momentos. Fotos no Instagram. Posts no Facebook. Curtidas dos amigos. Alguma inveja. Tempo que passa. Mudanças. Transformações. Perdas não sentidas. A alegria está indo. Tanto faz. Um não querer mais. E a covardia de manter o silêncio. Cadê o diálogo? Sonhos desfeitos. Falta o adeus. Quem de nós vai dizer? Quem quer ir ou quem quer ficar Precisa ter coragem para se expor. Sem medo, sem jogos, sem máscara.
Ninguém quer se machucar, mas não tem o menor cuidado. Pessoas não são objetos que podem ser descartados quando não servem mais. O que se percebe hoje são ladrões de corações, de sonhos, de alma. Talvez para aquecerem a sua. Talvez para tentar ter uma alma, um coração. Até que aquela não sirva mais por estar perfeitamente acomodada ao seu ser. Pretensa propriedade. Devidamente usada e descartada. Bora roubar outro coração?



Não me tranque em seu armário


Por míseros segundos eu acreditei que estava sendo uma mercadoria, daquelas que quando expostas na prateleira ou na vitrine são maravilhosas, mas depois que utilizadas uma única vez ou até mesmo experimentadas, são largadas no fundo do guarda roupa, ou dada para a vizinha - E o rádio corredor da rua inteira ouviu quando tu disseste - ''Comprei e não gostei, gastei dinheiro atoa.'' 

Ora bolas, outrora tu gostaste, como pode não gostar mais?! O que fiz para que a sua vontade de me vestir, ou de me usufruir sumiste? 
Eu estava ali, novinha e intacta esperando alguém me resgatar. E ai apareceu você entre milhões de pessoas que por ali já passaram, olharam, perguntaram o preço e disseram que voltaria no dia seguinte. Frustração total, pois não voltaram.  
Ai você me levou para a sua casa, entrou no seu quarto, me tirou da sacola, olhou, me vestiu, viu como seria e ó....Já não estou mais em seu corpo. Você simplesmente me desvestiu, me jogou na cama, retirou todas as suas roupas do armário a me jogou lá, no fundo. Por fim, me trancou. 
Não vejo nada pois está um breu aqui dentro. Mas eu ouço, ouço sussurros por perto, ouço sua risada e de mais alguém. Foi pouco tempo, mas eu lembro bem da sua risada e tenho certeza que ela hoje está sendo acompanhada por outra. 
Será que compraste outra mercadoria? trancarás ela aqui também? Farás com ela o que fizeste comigo? - E por dentro eu gritava, querendo sair dali, querendo que alguém me resgatasse novamente e me devolvesse para a minha prateleira, onde todos passavam, olhavam e diziam que voltaria no dia seguinte, mas não voltavam. 
Mas sabe, não precisam voltar mais. Ninguém me compra, apenas eu sei o meu valor e você não foi capaz de paga-lo. Quanto à  risada desconhecida, espero que nesse momento ela não esteja no fundo do seu guarda-roupa, ouvindo outra risada enlouquecedora com você. 

Ps: Quem muito ri, acaba chorando. 

Muito Prazer

Bom, galera. Muito prazer. Sou Andre, novo colaborador aqui do (Des)equilibra. A proposta é fazer um site onde vocês possam se sentir a vontade e encontrar textos sobre assuntos que realmente interessem e despertem alguma reação. 
Pensei bastante em qual assunto poderia escolher para começar a escrever aqui pro (Des)equilibra e cheguei a conclusão que o melhor seria falar sobre as dúvidas que invadem nosso ser quando somos jovens. São tantas perguntas e milhões de opções que ficamos sempre entre confusos quanto ao que escolher ou fazer ou querer ou sentir ou lutar ou esquecer ou desistir. Ufa, cansativo né?
Hoje em dia, tudo é muito rápido. Somos pressionados por todos os lados. Família, escola/faculdade, namoro, amigos, estágio/trabalho. Tudo e todos exigindo uma reação instantânea. Não temos tempo para pensar e elaborar melhor as situações e o que fazer para tirar melhor proveito delas.
Não sei vocês, mas essa rapidez me deixa sem ar, deslocado em certas situações e sempre com a sensação de estar correndo atrás de alguma coisa. E isso me incomoda muito. O mundo anda em uma velocidade feroz e tolhedora. E, ao contrário do que possa parecer, o nosso caminho é involutivo.
Lembro que, quando era mais jovem, nunca fiquei muito preocupado em fazer planos ou escolher a melhor maneira de conquistar aquilo que eu queria no momento. Nem mesmo quando meus familiares me perguntavam o que eu iria ser quando crescesse. Só vivia a vida. Acredito que estamos aqui para isso. No meu caso, a decisão foi a mais acertada. Sem planos, sem expectativas e sem frustrações.
Mas não sou diferente dos outros. Claro que por vezes me percebia sofrendo por uma paixão platônica, mais por pura timidez que por não reciprocidade. Ainda tinha a questão da escola e toda a sua carga de chatices obrigatórias para me trazer angústias. Sem falar de um irmão pentelho e uma família que parecia estar sempre atenta a tudo o que eu esboçasse querer fazer.
Sabe aquela sensação de estar sendo observado a todo instante? Era bem assim que eu sentia. Não era mais uma criança, mas também não era adulto. Várias vezes ouvi o termo 'aborrescente'. Não me sentia como tal, apenas era aborrecido me sentir como foco de atenção que para mim era totalmente dispensável. Perguntas e conselhos sempre me deixaram louco para dar uma resposta não muito educada.
O tempo passou. Cresci. E aprendi que tudo o que sentia naqueles momentos se justificavam na minha falta de experiência em viver a vida. Nada é tão urgente que não possamos parar e pensar sobre o que acontece. Mas a gente vai aprendendo. E entre acertos e tropeços, vamos construindo a nossa identidade adulta.

E vocês? Como percebem essa instantaneidade que assola a sociedade atual? Como lidam com tantas pressões? Comentem aí. É bom desabafar e ter acesso a outras perspectivas sobre o que nos aflige.

Fora do comum

22:22 e lá estava ela novamente, achando que quando visse as horas iguais, alguém estaria pensando nela... Deitada na cama, revendo fotos, escrevendo e pensando, com aquele sorriso falso. Em cada folha uma palavra e em cada palavra um risco. Risco de se magoar, talvez até um risco para tirar a palavra do seu cotidiano. E lá vem a nostalgia, lembranças que muitas das vezes não queria relembrar, e do que adianta? O cociente não obedece quando o coração fala mais alto e quer reviver o que um dia o fez feliz.. Segurava lagrimas, e mostrava um sorriso falso. Sorriso de quem diz ''se você reparar mais, verá que eu tô chorando por dentro''. Era forte porém não sabia. Se sentia sozinha, vulnerável e sensível, por mais que muitas das vezes ficasse rodeada de pessoas. 

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