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Ladrão de coração

Diálogos mil. Olhares sem fim. Troca de mensagens. Celular caindo no rosto de forma acidental. Risos contidos ou escancarados. Borboletas no estômago. Coração acelerado. Saudade de alguém. Que imaginamos saber quem. Sonhos de amor. Levados em palavras especialmente escolhidas. Temas musicais. Ah, como isso me lembra você. Nós. Querendo atar um laço. Tão lindo. Radiante. Encontros. Sorrisos abertos, demonstrando encantamento. Mãos que se procuram. Suadas. Desejosas. De carinho. Conforto. Amor. Laço criado. Coração roubado. Rendidos. Perdidos. Entregues. Felizes. Por ora. Mais encontros, melhores momentos. Fotos no Instagram. Posts no Facebook. Curtidas dos amigos. Alguma inveja. Tempo que passa. Mudanças. Transformações. Perdas não sentidas. A alegria está indo. Tanto faz. Um não querer mais. E a covardia de manter o silêncio. Cadê o diálogo? Sonhos desfeitos. Falta o adeus. Quem de nós vai dizer? Quem quer ir ou quem quer ficar Precisa ter coragem para se expor. Sem medo, sem jogos, sem máscara.
Ninguém quer se machucar, mas não tem o menor cuidado. Pessoas não são objetos que podem ser descartados quando não servem mais. O que se percebe hoje são ladrões de corações, de sonhos, de alma. Talvez para aquecerem a sua. Talvez para tentar ter uma alma, um coração. Até que aquela não sirva mais por estar perfeitamente acomodada ao seu ser. Pretensa propriedade. Devidamente usada e descartada. Bora roubar outro coração?



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