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Quando passa rápido demais

Mais parece que o tempo está mesmo a fim de se adiantar. Passa tão rápido quanto a brisa que balança os meus cabelos. Passa tão rápido quanto o ônibus que esperei chegar durante duas horas. Passa rápido. E a gente fica. Fica com aquela sensação de que algo muito importante mesmo se foi e nem aconteceu. Aquela sensação de que o tempo não foi o suficiente. Passa rápido demais, já passou. E só resta a nós nos alimentarmos das lembranças que guardamos com medo de perdê-las. E ai bate a saudade, aquela que nos acompanha mostrando que entre altos e baixos, poucas e boas, tudo aquilo que passamos teve uma importância imensa. Teve.

Às vezes é bom quando o tempo acelera um pouquinho. Às vezes é ruim quando paramos lá na frente e queremos voltar no tempo. O tempo é indeciso. Mas deve ter no fundo suas razões para fazer esse transtorno emocional.

Com o tempo se aprende a fazer tudo conforme nossa mente e coração mandam pelo menos naquele momento para poder ter a chance de ser feliz, pois o que você poderia fazer hoje, amanhã talvez não possa mais e assim vai. E da forma clichê o tempo é como a honra: uma vez perdido, nunca mais se recupera.

O tic-tac do relógio me deixa angustiada, eu observo os segundos, minutos e horas, que alí, preso à parede se passa deixando para trás mais um dia, um dia que foi vivido e assim se foi. Vejo que deixei certas coisas para trás e que nos resta são lembranças, que tempo nenhum é capaz de apagar. E os anos se passam, as coisas que ficaram pra trás fazem uma tremenda falta, uma hora ou outra, e a gente só deseja intensamente que tudo possa voltar a ser como antes, para sentir o 
gostinho do que era ser feliz. Será que tem como voltar?


[Escrito por Emily Pereira e Beatriz Scaramello.]

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