Andavas um tanto devagar em meia aquelas poças que se formavam no chão, percorria as ruas como se percorresse páginas frágeis de um livro antigo, para que não fragmentasse a folha. Os olhos pretos, ganharam mais vida ainda, o delineador escorria pelos meus olhos, deixando-os uma pequena mancha. O céu não era um dos melhores, estava chovendo. No meio de raios, casas, pessoas fugindo da chuva, eu andava calmamente, como se nada estivesse fazendo sentido. Em minha cabeça, o mundo dava 190 voltas por segundo. No coração, era tanta calmaria que parecia dar somente uma volta. E eu ali, calma. Não conseguia enxergar quase nada, apenas sombras.. sombras do passado que insistia em me atormentar. Meu corpo perdia o sentindo, não conseguia controlar cada movimento sequer, o vento que soprava cada vez mais forte ia me deixando fraca, o frio me deixava arrepiada.. aos poucos minha boca foi rachando, assim como meu coração. Pensamento a mil, coração a zero. Não havia vento que soprasse ao meu favor, era tudo muito desfavorável. Eu e eu, ali, naquela rua escura, sob a chuva e o frio. Mas sabe, não era eu que sentia frio, era meu coração que estava congelando. E a culpa? bem, a culpa foi de um alguém que uma vez prometeu nunca me deixar.
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