Sei que ando um tanto afastada. Estou perdendo a escrita. Vejo que não consigo me expressar como antes, aos poucos as palavras vão me escapando do formato. E quando eu acho que achei algum argumento ou tive ideias, eu perco. O teclado chama meus dedos e em um breve encontro começa a ser automático, escreve por mim. Falo de tudo, passado, presente e futuro. Mas vejo que falo da minha vida como se fosse um verbo do passado, alguma coisa que já aconteceu e hoje só vive na lembrança. Falta tempo, falta apego, laços. Sobrevivo um tanto das lembranças, tão alheias e mais coloridas do que eram realmente, quando chamadas de presente. Como dizem por ai - Aprendi demais com o meu passado, que antes era presente e com isso evoluo cada dia mais. Agora chega de passado! Vou escrever sobre o futuro, sem temer. Vou viver o que escrevo e vou aceitar a realidade. Eu sou o que se passa em mim, o que se passa na minha cabeça. Eu sou o que aprendi, o que eu quero que eu seja. E eu era uma fugitiva. Estava fugindo do papel e caneta. Aprendi que escrever torna tudo real. Não vou mais fugir dos fatos, do futuro, dessas afirmações que são lógicas, mas injustas. Só fugirei quando as dores não puderem ser verbalizadas ou em dias que não se devem ser escritos.
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