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Novamente...


Parecia um filme muito antigo e muitas vezes visto. Que se repetia diante dos olhos monotomo. Eu estava alí, é, alí. Mas, dessa vez não acontera comigo e sim com meu irmão. Ao invés de eu cair naquele mar, quem caiu foi ele. E isso mais que nunca, era desesperador.
O que eu poderia fazer ao ver aquela cena? ao presenciar? nada estava ao meu alcance. -''Porque você?'' essa pergunta martelava na minha cabeça. Aos berros, choros, descabelada e aflita, não sabia o que poderia fazer. Logo o meu irmão, alí, morrendo afogado. Se ao menos eu pudesse pular daquela pedra e salva-lo, não. E essas pessoas? porque não fazem nada? Estavam paradas olhando para mim, vendo o meu desespero. E nada faziam. Como se nada tivesse acontecido me olhavam. Eu estava me sentindo a pior das piores por não poder salvar o meu próprio irmão. E eu berrava - ''Chama o bombeiro, chama meu pai'' e ninguém fazia nada. Já não via mais solução, meu único irmão acabara de morrer e eu não fui capaz de me jogar lá para tentar salva-lo. Sou uma merda! - pensava comigo mesma.  Não havia entendido porque logo com ele tinha que acontecer isso. Naquela hora, pensava e perguntava para Deus o motivo dele ter feito isso com a pessoa que eu mais amo no mundo, e questionava ''Porque ele e não eu?''  Era uma dor que nunca havia sentido antes, parecia que eu ia morrendo aos poucos. Parecia que quem estava morta era eu. Pensava no desespero da minha mãe ao receber a noticia, e do meu pai. Como eu poderia dizer para eles que meu irmão com apenas três anos de idade havia morrido, porque a sua irmã de dezesseis anos foi uma covarde ao não pular naquele mar escuro, que mais parecia um buraco no meio do mato, para salvar seu irmão?  Aos poucos fui ouvindo um som de longe, e isso me chamava a atenção, fui percebendo que aquilo era um pesadelo porém não conseguia sair dele.  E o som foi se aproximando mais e mais, quando acordo desesperada, vejo o despertador tocando, olho para o lado e vejo que estava na cama. Passo a mão no rosto e percebo que estava chorando.
                    '' Eu faço do possível e do impossível se for o caso para salvar meu irmão, como já fiz uma vez, faria outras vezes, quantas fossem necessárias. Eu o amo, e esse amor é o mais puro que possa existir''

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